UMA ESCOLA CHAMADA DR. CESÁRIO COIMBRA

O então Ginásio do Estado foi criado pelo Decreto 6313, de 26/02/1934, do interventor federal Armando Salles de Oliveira e instalado, no dia 22 de Abril do mesmo ano.

Começou a funcionar no prédio da Sociedade Operária e Humanitária Italiana, que ficava na Praça Barão de Araras, e hoje é o prédio do Banco Nossa Caixa. Depois, funcionou onde é hoje a E.E. Ignácio Zurita Júnior, passando, em 1955, para o prédio na Rua Armando Salles de Oliveira.

Em 1951, Araras foi incluída no Plano Quadrienal, do então Governador Lucas Nogueira Garcez. A cidade fez doação do terreno ao Estado, no antigo Largo das Feiras. Em 1952, as obras foram iniciadas.

Na Secretaria de Educação do Estado, havia algumas categorias de prédio – diferentes tamanhos-, quando o prefeito Hermínio Ometto, acompanhado do Senador César Lacerda de Vergueiro lá estiveram, pleiteando um novo prédio para a escola. O senador, usando de seu prestígio político, escolheu a planta que tinha o maior prédio e o Estado concordou. Como as obras ficaram paralisadas, a Prefeitura responsabilizou-se pelo acabamento e o então prefeito, Hermínio Ometto, entregou o prédio, concluído, no dia 30 de dezembro de 1955.

A História: as denominações

A primeira denominação foi Ginásio do Estado. Depois, Colégio e Escola Normal Dr. Cesário Coimbra, Instituto de Educação, EEPSG Dr. Cesário Coimbra. Hoje, EE Dr. Cesário Coimbra.

Na época em que foi criado, de São Paulo veio a notícia de que fora assinado, pela manhã, o decreto criando o Ginásio do Estado, em Araras, realizando uma das mais caras aspirações do povo. A Prefeitura se apressou em passar telegramas ao inventor federal, Armando Salles de Oliveira, e ao Secretário da Educação, Cristiano Altenfelder Silva.

A vinda do Ginásio, para Araras, coincidiu com a criação dos ginásios de Araraquara, Itu, Catanduva e Taubaté, em 1932, pelo Governo do Estado, por meio dos Decretos 5409, 5424 e 5430.

De acordo com tais decretos, as prefeituras dessas cidades doaram prédios, instalações e laboratórios e se obrigaram a manter os referidos Ginásios, durante 2 anos. Passados esses anos, seriam custeados pelo Estado. Antes do término desse prazo, entretanto, o decreto 5885 de 21.04.1933 revogou os decretos anteriores, autorizando o Governo a dar, como compensação àquelas prefeituras, a subvenção de 100 contos de réis a cada uma, durante 5 anos, destinado à manutenção desses estabelecimentos.

As prefeituras municipais daquelas localidades não se conformaram com o decreto criado, e, em várias representações, fizeram sentir a necessidade de restabelecimento do regime anterior ao decreto 5885.

O Governo do Estado, na ocasião, verificou que os quatro ginásios estavam funcionando regularmente. Querendo atender, também, às solicitações dos dirigentes da cidade de Araras, cuja população pleiteava, há muito tempo, a criação de um Ginásio, resolveu ouvir a todos. Com um pequeno aumento das taxas escolares, construiu um fundo, destinado, juntamente com a verba de 400 contos de réis, a custear as despesas dos 5 Ginásios (parecer de José Castro de Macedo Soares, lido e discutido em sessão do Conselho Consultivo do Estado, em 20.02.1934).

O então Ginásio do Estado foi criado pelo interventor federal, Armando Salles de Oliveira, por decreto de 26.02.1934 e inaugurado em 22.04.1934.

Vejamos trechos da ata de inauguração:

Aos vinte e dois dias do mês de abril de mil novecentos e trinta e quatro, desta cidade de Araras, Estado de São Paulo, no edifício destinado a funcionar o Ginásio, (foi este) criado pelo Decreto nº 6316, de 26 de fevereiro de 1934, presentes o Exmo Sr. Dr. Armando Salles de Oliveira, DD. Inventor Federal neste Estado; Dr. Christiano Altenfelder Silva, DD. Secretário da Educação e Saúde e demais membros do Governo do Estado; Dr. Benedito Oscar de Carvalho Franco, diretor do Ginásio; João S. Giordani, lente catedrático de matemática, Albertino Pinheiro, lente catedrático de português, mais professores e corpo administrativo; Prof. Vicente dos Santos, diretor do Grupo Escolar desta cidade; e as autoridades Dr. José Bonifácio de Arruda, juiz de direito da comarca, Dr. Ferdinando Delamain, Prefeito Municipal; Dr. Marcílio Tavares, Delegado de Polícia; e mais pessoas gradas [8].


Por ato de 27 de fevereiro daquele ano, foi nomeado pelo Governo do Estado para exercer as funções de Diretor do Ginásio do Estado local o doutor Benedito Oscar de Carvalho Franco, conceituado clínico, residente há quinze anos na cidade, onde gozava de muitas amizades e simpatias.

A nomeação do diretor do estabelecimento de ensino secundário foi recebida com inequívocas demonstrações de regozijo, não só por sua notável competência para o desempenho daquele elevado cargo, como, principalmente, pelas suas qualidades de caráter. Carvalho Franco foi, sem dúvida, como atestam seus títulos honoríficos, um dos homens mais cultos da cidade.

Nascido em Sorocaba, em 20 de fevereiro, de 1891, era filho de Augusto da Silva Franco e de Francisca Alexandrina de Carvalho Franco.

Casou-se, na cidade, a 8 de julho de 1925, com Arlinda Corrêa Franco. A sua mocidade foi consagrada aos estudos. Em 1908m bacharelou-se pelo curso de Humanidades do Ginásio São Bento, da Capital. Formou-se, em 1914, com raro brilhantismo em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de São Paulo, para, cinco anos depois, em 1919, conquistar, com menção honrosa, após louvada defesa da tese, o título de médico pela Faculdade de Medicina deste Estado.

Outra figura importante na história da nossa EE foi, sem dúvida, o saudoso Dr. Cesário Coimbra.

Nasceu em 13 de maio de 1891, em Araras, cidade onde faleceu em 11 de dezembro de 1948. Era filho de Rodolfo Coimbra e Clotilde de Lacerda Coimbra.

Formou-se pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, em 1914. Foi advogado, agricultor, político, fundador do Partido Municipalista, e um dos diretores do Partido Democrático.

Em Araras, ocupou a vereança em várias legislaturas, inclusive, na Primeira Coligação Ararense.

Esteve ao lado dos organizadores do Movimento Constitucionalista de 1932, sendo combatente e exilado por isso. Retornando à cidade, fundou o Partido Constitucionalista.

Foi presidente do Instituto do Café, no governo de Armando Salles de Oliveira, e membro do Conselho Consultivo do Instituto de Organização Racional do Trabalho. Pertenceu à diretoria da UDN – União Democrática Nacional.

Era casado com Maria Sabino Coimbra, sendo seus filhos Maria América, Rodolfo, Horácio e Celina.

Cesário Coimbra foi o paraninfo da primeira turma de bacharelandos, a 10 de dezembro de 1938, numa homenagem a quem lutou pela vinda da escola na cidade.

Em 1935, o Ginásio passou a funcionar no prédio adquirido pela Prefeitura Municipal de Araras, também, na Praça Barão de Araras, o qual foi adaptado dentro de normas modernas para os padrões da época. Tal prédio (hoje EE Ignácio Zurita Júnior) era a sede do Ginásio Estadual de Araras, quando o governador do Estado, Lucas Nogueira Garcez, autorizou a construção do moderno prédio, com dois pavimentos, no Largo das Freiras.

Com o falecimento de Cesário Coimbra, em 1948, o então diretor, professor Júlio Ridolfo, com total apoio do prefeito, Francisco Graziano e da Câmara Municipal deram o nome do ararense e grande benfeitor de Araras à escola: Ginásio Estadual Dr. Cesário Coimbra.

Posteriormente, com a autorização para a criação de novos cursos, o nome foi alterado para Escola Normal e Ginásio Estadual Dr. Cesário Coimbra e, com o passar dos anos, Escola Normal e Colégio Estadual, Instituto de Educação, EEPSG e, atualmente, EE Dr. Cesário Coimbra, nome que dignifica seu Patrono, e que em lutas incansáveis criou em Araras uma escola de segundo grau, para a época, uma conquista só conseguida por cidades grandes.

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